domingo, 10 de janeiro de 2016

Pense bem antes de escolher um caminho

Uma simples escolha, por mais banal que possa parecer, pode mudar tudo. Tudo mesmo, desde sua vida até a história da humanidade e, quem sabe, do próprio Universo em que vivemos. Um bom mas batido exemplo seria se a mãe de Hitler estivesse em dúvida entre dois pretendentes. Com certeza se tivesse casado com outro nossa historia seria totalmente diferente. Pequenos eventos, sem importância num primeiro momento, podem fazer você continuar vivo ou não (Efeito Borboleta).

Imagine, por exemplo, que você trabalha em uma empresa no horário das 15:00 às 22:00 hs. Neste horário você não enfrenta transito e tem facilidade em estacionar seu carro, sem contar que pode almoçar tranquilamente em casa antes de sair. Mas, um belo dia você precisa trocar de horário e solicita para outro colega que entra as 12:00 hs. Vejamos um desenrolar fantasioso:

Você sai mais cedo de casa e não almoça pensando em fazer um lanche durante intervalo; entretanto,  seu colega, vai tranquilo para o trabalho após um calmo e farto almoço, regado a algumas doses de vinho. Infelizmente ele se envolve em um acidente fatal. Os familiares culpam você e alguns de seus colegas atribuem a perda do amigo apenas à troca feita. Claro, se ele não tivesse bebido talvez não tivesse se envolvido em um acidente (ou se não tivesse trocado de horário).

Evidentemente não podemos imaginar tudo o que poderá ocorrer em nossas vidas ao ter que escolher entre este o aquele ato e assim tentar se prevenir do que pode ou não acontecer. Eu particularmente tenho medo de mudar as rotinas das outras pessoas e mais tarde ocorrer algo como a historia acima. Não podemos imaginar o que poderá acontecer nos próximos vinte minutos!

Mas um homem, Pierre Laplace, imaginou um experimento mental denominado "Demônio de Laplace". Simplificando ele diz que, se um determinado Sistema (Maquina, Software  etc), possuir todas as variáveis de todos os elementos que determinam o estado do universo em um determinado instante, ele seria capaz de prever o futuro, tão claramente como se observasse o passado. 

Evidentemente tal coisa não existe e por mais que o Google tente, possivelmente jamais teríamos algo assim.  Talvez seja possível construir um sistema que possua informações de alguns elementos em um determinado conjunto fechado, como uma cidade por exemplo. Se ele soubesse os hábitos de cada cidadão, seus horários de trabalho, de estudo, que ruas costumam trafegar, o transito, propriedades de cada veiculo, o que comemoram no almoço entre outras informações, podemos imaginar algo que teria um certo grau de acerto.

Acredito que isso um dia poderá existir sim e muitas vidas poderão ser salvas apesar de que muitos acharão que seria uma intromissão nas suas vidas. Quando a Internet da Coisas estiver consolidada, com todos os objetos conectados, será a vez da Internet das Pessoas. Um mundo onde não nos tornaremos simples peças de uma grande maquina, mas seres importantes sendo observados e cuidados 24 hs por dia por maquinas e sistemas inteligentes que tentarão tornar nossas vidas próximas da perfeição.

Enquanto isso não chega, sempre é bom tentar prever o que nossas mudanças poderão fazer em nossas vidas e principalmente nas dos outros. Bom lembrar que desde o surgimento da Mecânica Quântica por volta da década de 20, varias ideias e teorias sobre isso surgiram. Uma delas afirma que, a cada escolha que fizermos, um novo Universo Paralelo é criado.

Voltando a historia que contei, noutro universo os dois colegas não trocaram de horário e continuam vivos e amigos. Mas podemos imaginar um terceiro Universo onde aquele que entra as 15 hs que gostaria de trocar de horário naquele dia, sofreu um acidente e veio a morrer. Ou seja, o acidente iria ocorrer de qualquer forma.

Se você gostou deste assunto, leia mais sobre Universos Paralelos em Abismo do Tempo.





sábado, 9 de janeiro de 2016

Por que gosto de andar de Trem



Seguidamente circulo entre as estações; as vezes vou e volto de uma ponta a outra.

Curto o movimento, o balanço, os ruídos de ferros batendo, da energia circulando nos cabos de eletricidade se misturando com o cheiro dos perfumes.

Vejo as cidades passando pelas janelas, vejo as pessoas pensativas. Imagino o que estariam pensando, paro onde estariam indo ou se estão apenas circulando por circular, como eu...

O trem preso a estrada de ferro parece a vida, que une nosso nascimento ao nosso fim, ao nosso destino. E as coisas são nos mostradas, são nos jogadas sem poder recusar. E não dá para mudar, a não ser que desçamos antes, em uma estação qualquer.

Talvez existam outros Universos Paralelos, unidos nesta estrada de ferro, com outras composições de trens indo e voltando. Não vemos as outras pessoas, não notamos os outros trens circulando mas quem sabe podemos apenas sentir seus perfumes, seus espíritos, suas presenças...

Por isso é tão bom viajar de trem!





A Boneca e o Coelho



Existem muitas versões desta bela e interessante lenda local. A mais conhecida conta que, certo dia, no inicio de um inverno, uma menina passeava com seus pais próximo a Itapuã (Viamão). Levava consigo seu coelho e uma boneca, cada qual em uma de suas mãos. Ela jamais se separava destes dois brinquedos. Mas, naquele dia, ao passar próximo à Lagoa, a boneca caiu nas águas e foi levada para bem longe. Quando seus pais notaram não era mais possível busca-la. Ela abraçou então seu coelho e chorou muito por um longo tempo.

Mais tarde, antes de voltarem para casa, ela foi, com seus pais, até a beira d'água. As ondas estavam calmas e ela esperava ver sua boneca voltar. Mas jamais voltou... Seus pais contaram uma historia, de que sua boneca havia ido morar numa bela ilha longe dali e que um dia ela iria buscar. Então, ela com apenas três ou quatro anos imaginou a solidão que sua amada boneca poderia estar sentindo. "Eu..." pensou a menina "Tenho meus pais, amigos, irmãos, brinmquedos... Mas e ela? Com quem irá brincar e conversar até eu ir busca-la?" .

Em seguida abraçou e beijou seu precioso coelho, falou algo em uma de suas orelhas e o jogou na lagoa para que fosse se juntar a boneca. Saiu relativamente feliz do local e mais tarde contou para seus pais por que fez aquilo. Ela contou que jogou o coelho de pelúcia que também amava muito e prometeu voltar e buscar os dois.

Muito tempo depois, um pescador ao chegar do outro lado, encontrou os brinquedos. O coelho estava tranquilo e a boneca olhava o horizonte, talvez esperando a menina voltar.