sexta-feira, 26 de junho de 2009

Verdades Sobre o Jornalismo

Verdade seja dita, a grande maioria das matérias escritas por Jornalistas é oriunda de fontes que não são jornalistas. Pessoas comuns, informantes, blogs, telefonemas, cartas, denuncias anônimas etc. Do contrário, como um profissional sentando numa sala, sem acesso a nada, saberia de uma boca de fumo num determinado bairro, da aparição de um animal curioso numa determinada rua etc.

A verdade é que atualmente, muitas redações estão acomodadas em receber as coisas e depois separar o que ir atrás. Numa época de economia, isso é compreensível.


Segundo alguns teóricos, existe “Jornalista” e “Repórter”. O Repórter é um Jornalista mas um Jornalista não é necessariamente um Repórter. A diferença, se é que existe, é tênue demais para se criar caso.

Existem também aquelas pessoas que lêem varias informações de um fato, em diferentes sites e montam um artigo. Estes não são jornalistas nem repórteres e sim, articulistas e geralmente expressam claramente sua opinião, ao contrario de Jornalistas e Repórteres que via de regra, devem ser neutros, limitando-se a apenas passar os fatos (Historiadores?).


Mas, no momento em q

ue um destes articulistas sai as ruas, se informa sobre aqueles fatos e escreve uma matéria, ele se transforma em repórter e/ou jornalistas, visto que ele estará reportando um fato (contando), e também criando uma matéria jornalística dentro das etiquetas ou normas que pode sim ser levada para uma mídia qualquer.


Evidentemente que toda a responsabilidade sobre os fatos descritos (comentados ou não), serão de inteira responsabilidade dele e da mídia. Se ele alterar ou manipular dados e o jornal for processado, ele na certa será demitido quando também não, processado. Do contrário, como geralmente ocorre, se um jornalista inventar algo ou aumentar a gravidade de um fato e o jornal não ser cobrado judicialmente, ele é um bom jornalista.


Mas como pode uma pessoa narrar uma cena sem se envolver com a mesma ou deixar-se envolver por ela? Na conhecida novela de radiofônica de Orson Welles (Guerra dos Mundos - 1938), que foi ao ar como um fato que estava realmente ocorrendo, o jornalista e/ou repórter que estava no local dá sua impressão própria do que esta vendo quando descreve os fatos e as pessoas do outro lado acreditam naquela narração. Entretanto, uma pessoa, mesmo não querendo se envolver ou parecer neutra, verá um fato de diferentes formas.


Uma enorme estrutura nos céus em forma de circulo, emitindo luz e calor com uma pessoa em cima para uns será vista e narrada como um Disco Voador e para outros, um anjo (como no caso Fátima em 1917). Caberia então aos donos de jornais interessados economicamente pender para esta ou aquela afirmação ou caberia aos jornalistas que estavam lá dar seu parecer? Será que isso ainda existe no jornalismo diplomado?


Exemplo recente foi de um jogador do grêmio de origem Argentina que teria chamado um jogador adversário de Macaco. Q

ue importância teria este fato para a sociedade como aprendizado? A imprensa, para vender jornais e ganhar IBOP (ainda mais sendo Argentino), condena o cara de racista. Racista, a meu ver é aquele que não gosta de uma raça, que escreve livros, que cria leis “protegendo” negros como se eles fossem inferiores na hora de prestar um vestibular. Estes sim são racistas descarados e a sociedade não vê. Isso também os Jornalistas brancos, negros e meio-tons não fazem nada, não comentam. Porque?


Não creio no fim dos jornalistas diplomados, pelo contrario. Acredito que isso até dará mais valor a este pessoal que estuda as maneiras de se entrevistar, de narrar um fato sendo totalmente alheio, sem se envolver no assunto. Na verdade esta profissão estaria mais para criar historiadores.

Mas acredito que agora os bons blogs e sites de noticias informais terão mais valor e, principalmente, mais responsabilidade com que escrevem. Por eles serem alheios as grandes mídias e estarem livres muitas vezes não receberem pelo trabalho, as pessoas poderão dar mais créditos eles. Também nascerá uma forte relação entre estes pré-produtores de noticias e os verdadeiros Jornalistas diplomados, sem problema, numa verdadeira simbiose.


Não acreditem no que os donos de grandes redes, principalmente de TVs acham a respeito. Na verdade eles nunca estiveram preocupados com os jornalistas diplomados, tanto que ganham milhões e pagam um miséria, não é mesmo? O medo deles, das grandes mídias, e a concorrência desta nova ordem que esta nascendo. Vai acabar de vez e isso é necessário, noticias Globalizadas, onde alguém conta uma mentira e todos aceitam como verdade.

Na verdade, quem deveria estar mais horrorizado seriam os reitores das grandes universidades privadas, que fazem concursos fáceis onde entram muitas vezes milhares de estudantes sem vocação ao jornalismo. No final das contas, apenas uma dúzia se forma com os mesmos conhecimentos do século passado. Os tempos são outros.

Vivemos numa era de transição monumental com o nascimento e o fortalecimento da Internet e todos, Jornalistas em especial, deveriam ver com bons olhos esta mudança crucial na forma de criar e divulgar informações. A nova ordem, aceitem ou não, é não vender informação e isso é ruim para as grandes corporações.

Novas e poderosas mídias e formas de comunicação estão nascendo e muitos parecem não ver. Falo da Internet móvel juntamente com a TV móvel digital e a convergência de tudo. Quantos estudantes bons não conseguiram se formar ou não conseguirão terminar seus estudos por problemas econômicos por exemplo mas que podem agora serem excelentes profissionais nestas novas mídias. É normal que tudo que seja novo venha a assustar no inicio mas, aqueles que tem qualidade de informação, diplomados ou não, e que não sejam manipulados pelos donos das mídias, sempre vencerão.

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